Pedido Escolar

“ – (…) Era por isso que estava chorando?
Ele desviou o olhar.
– Não foi só isso, Sra Flowers. É que andei sonhando novamente.”

Isaac Asimov (Conto: O garotinho Feio, Livro: Sonhos de Robô)

 

Tem crescido o número de encaminhamento escolar de crianças para psicólogos. A escola  sofre ao ter que traçar um modo universal para lidar com todas as crianças, cada uma com sua singularidade. O que é singular escapa, por definição, ao universal, essa é a regra. Nunca será possível um coletivo homogêneo de crianças idênticas. Deus nos Livre!!

No entanto, o sofrimento de cada um pode estar ligado a isso que não encontra lugar no todo, na trama do coletivo.

Crianças quando sofrem podem agitar-se demais, calarem demais e outras tantas coisas de crianças à mais… É importante que se algo for demais, possa ser tratado, escoado, significado de algum jeito. Se para adultos já é difícil lidar com o excedente que a vida impõe vez por outra, não exijamos muito de nossas crianças. Se estiver complicado resolver dentro do circuito escola-família, aceite a dica: procure ajuda.

Existem saídas plurais que só podem ser descobertas em cada caso singular. O trabalho de um analista visa possibilitar as soluções que um sujeito pode criar para si mesmo. E sim, o sujeito criança! Quanto mais! Pois esses, melhor do que muitas pessoas grandes, detém os modos de customização do universal em suas pequenas soluções criativas e surpreendentes. Mas para isso é necessário um lugar possível de trabalho, um ateliê para a alma.

 

Maira antende no Largo do Machado, RJ.
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Maira Rossi

Psicanalista. Psicóloga clínica e hospitalar. Formada pela PUC-Rio, com pós graduação pela Universidade de Pádua na Itália. Mestrado e doutorado (em andamento) pela UFF. CRP 05/36912

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